sábado, 8 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA: GRÉCIA ANTIGA - PARTE I

HISTÓRIA 1 - 1° ANO / COLÉGIO IBITURUNA (Ensino Médio)


GRÉCIA ANTIGA (PARTE I)

Há mais de quatro mil anos, uma região excessivamente acidentada da Península Balcânica passou a abrigar vários povos de descendência indo-europeia. Aqueus, eólios e jônios foram as primeiras populações a formarem cidades autônomas que viviam do desenvolvimento da economia agrícola e do comércio marítimo com as várias outras regiões do Mar Mediterrâneo.

Mal sabiam estes povos que eles seriam os responsáveis pelo desenvolvimento da civilização grega. Ao longo de sua trajetória, os gregos (também chamados de helenos) elaboraram práticas políticas, conceitos estéticos e outros preceitos que ainda se encontram vivos no interior das sociedades ocidentais contemporâneas. Para entendermos esse rico legado, estabelecemos uma divisão fundamental do passado desse importante povo.
No Período Pré-Homérico (XX – XII a.C.), temos o processo de ocupação da Grécia e a formação dos primeiros grandes centros urbanos da região. Nessa época, vale destacar a ascensão da civilização creto-micênica que se desenvolveu graças ao seu movimentado comércio marítimo. Ao fim dessa época, as invasões dóricas foram responsáveis pelo esfacelamento dessa civilização e o retorno às pequenas comunidades agrícolas subsistentes.

Logo em seguida, no Período Homérico (XI – VIII a.C.), as comunidades gentílicas transformam-se nos mais importantes núcleos sociais e econômicos de toda a Grécia. Em cada genos, uma família desenvolvia atividades agrícolas de maneira coletiva e dividiam igualmente as riquezas oriundas de sua força de trabalho. Com o passar do tempo, as limitações das técnicas agrícolas e o incremento populacional ocasionou a dissolução dos genos.

Entre os séculos VIII e VI a.C., na Fase Arcaica da Grécia Antiga, os genos perderam espaço para uma pequena elite de proprietários de terra. Tendo poder sobre os terrenos mais férteis, as elites de cada região se organizaram em conglomerados demográficos e políticos cada vez maiores. É aqui que temos o nascimento das primeiras cidades-Estado da Grécia Antiga. Paralelamente, os gregos excluídos nesse processo de apropriação das terras passaram a ocupar outras regiões do Mediterrâneo.

No período Clássico, que vai do século V até o IV a.C., a autonomia política das várias cidades-Estado era visivelmente confrontada com o aparecimento de grandes conflitos. Inicialmente, os persas tentaram invadir o território grego ao dispor de um enorme exército. Contudo, a união militar das cidades-Estado possibilitou a vitória dos gregos. Logo depois, as próprias cidades da Grécia Antiga decidiram lutar entre si para saber quem imperaria na Península Balcânica.

O desgaste causado por tantas guerras acabou fazendo de toda a Grécia um alvo fácil para qualquer nação militarmente preparada. A partir do século IV a.C., os macedônios empreenderam as investidas militares que determinaram o fim da autonomia política dos gregos. Esses eventos marcaram o Período Helenístico, que termina no século II a.C., quando os romanos conquistam o território grego.


ATENAS x ESPARTA:
DIFERENÇAS CULTURAIS, ECONÔMICAS e POLÍTICAS

Na transição entre os períodos Homérico e Arcaico, temos o desenrolar de um paulatino processo de desintegração das comunidades gentílicas e o surgimento das primeiras polis gregas. Com o passar dos anos, esse tipo de unidade sociopolítica passou a caracterizar o perfil de toda a Grécia Antiga. Independentes entre si, principalmente pelas dificuldades de comunicação, essas cidades-Estado acabaram tomando características que aprofundavam suas diferenças.

Para exemplificar esse tipo de situação, tomamos costumeiramente as cidades de Esparta e Atenas como um modelo capaz de mostrar claramente o rico mosaico cultural, religioso, político e econômico do mundo grego. A começar por suas origens, podemos ver que enquanto os espartanos descenderam dos guerreiros dóricos, os atenienses são originários dos povos responsáveis pela formação da tradicional civilização creto-micênica.

A educação dos atenienses e espartanos era bastante diferenciada com relação aos fins que cada uma delas tomava. Os espartanos viam na educação uma importante etapa para que o cidadão interiorizasse os valores militaristas e o rigoroso treinamento físico dos jovens.
Sob o ponto de vista econômico, os atenienses aproveitaram de sua posição geográfica para desenvolver um intenso comércio marítimo com as colônias estabelecidas no Mediterrâneo e na Ásia Menor. A necessidade de desenvolvimento comercial também esteve ligada à pouca disponibilidade de terras férteis ao longo de seus domínios. Já em Esparta, a grande disponibilidade de terras e a aversão aos estrangeiros propiciaram uma atividade agrícola autossuficiente e um comércio bastante restrito.

Em relação às instituições políticas, vemos que inicialmente essas duas cidades-Estado privilegiaram o domínio da aristocracia local. Contudo, os atenienses estabeleceram uma série de reformas que dariam origem a um governo de caráter democrático. Em contrapartida, Esparta tinha seu poder divido entre dois reis (Diarquia) que tratavam de assuntos militares e religiosos. Paralelamente, havia ainda a existência de duas assembleias (Gerúsia e Ápela) onde discutiam e organizavam as leis da cidade.


Com relação ao papel ocupado pelas mulheres, observamos também outra interessante diferenciação entre espartanos e atenienses. Em Esparta, sendo a mulher responsável por gerar indivíduos preparados para o combate, estas possuíam uma rigorosa educação e tomavam a frente de questões domésticas e participavam das assembleias. Já os atenienses acreditavam que uma mulher não deveria se intrometer no mundo masculino, ficando a ela reservada as atividades ligadas ao lar.

Por meio destas características, é possível constatar que a Grécia Antiga era uma região agregadora de uma complexa teia de culturas. Ao percebemos as diferenças entre espartanos e atenienses, temos condições de compreender que os gregos não podem ser vistos como integrantes de uma espécie de nação. Apesar de compartilharem de alguns costumes e tradições, os gregos não faziam da Hélade um lugar de feições uniformes.

Fonte: www.brasilescola.com

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