sexta-feira, 24 de outubro de 2014

SOCIOLOGIA: CLÁSSICOS - KARL MARX E A LUTA DE CLASSES

1° ANO: Turmas A, B e C (Ensino Médio)
3° ANO: Turmas A e B. (Ensino Médio)
COLÉGIO IBITURUNA

KARL MARX E A CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA 

"Os filósofos não têm feito senão interpretar o mundo de diferentes maneiras: o que importa é transformá-lo".(Marx). 

Marx nasceu em Treves, na Prússia (não confundir com Rússia), em 1818. Era filho de um advogado judeu convertido ao protestantismo. Foi filósofo, historiador, economista e jornalista. Deixou numerosos escritos, tais como os "Manuscritos econômicos e filosóficos", "O 18 Brumário de Luís Napoleão", "Contribuição à crítica da economia política", "O Capital", e, em conjunto com Friedrich Engels, "A Ideologia Alemã", "Manifesto Comunista", entre outros. Segundo Engels, as duas grandes descobertas científicas de Marx foram: a concepção do materialismo histórico e a teoria da mais- valia. Ativista político fundou e dirigiu a Primeira Internacional Operária, de 1867 a 1873. Em 1843, exilou se em Paris e posteriormente em Bruxelas e em Londres, onde morreu em 1883. 

Atualmente é bastante difícil analisar a sociedade humana sem citar, em maior ou menor grau, a produção de Marx, mesmo que a pessoa não seja simpática à ideologia construída em torno de seu pensamento intelectual, principalmente em relação aos seus conceitos econômicos e à sua ideia de revolução. 

Para Marx, Hegel inverte a relação entre o que é determinante – a realidade material – e o que é determinado – as representações e conceitos do Espírito ou consciência. Na abordagem de Marx, as condições materiais (realidade material), nas quais se encontram os homens determinam sua forma de pensar, sentir, crer e agir (dimensão do Espírito). No contexto dialético, entretanto, o espírito não é uma consequência passiva da ação realidade material, podendo reagir sobre aquilo que o determina. Isso significa que a consciência do homem, mesmo sendo determinada pela realidade material e estando historicamente situada, não é pura passividade: o conhecimento do determinismo liberta o homem por meio da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária. 

O materialismo histórico não é mais do que a aplicação dos princípios do materialismo dialético ao campo da história. E, como o próprio nome indica, é a explicação da história por fatores materiais (econômicos, técnicos). Contrapondo-se ao idealismo hegeliano, Marx procurou compreender a história dos homens a partir das condições materiais nas quais eles vivem (= materialismo histórico), e não a partir do Espírito ou Consciência. 

A forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam (dimensão do Espírito ou Consciência) é determinada pela forma de produção da vida social, ou seja, pela maneira como os homens trabalham e produzem os meios necessários para a sustentação material das sociedades. 

Influências - Hegel - Método dialético (tese, antítese, síntese) 
Tese: a teoria.
Antítese: toda teoria traria internamente o seu contrário.  
Síntese: Através da revisão da teoria e dos seus elementos contrários se constitui uma teoria. 

Saint Simon, François-Charles Fourier, Robert Owen (socialismo utópico):
Transformação total da sociedade: eliminação do individualismo, da competição e da influência da propriedade privada através da descoberta de um sistema novo e perfeito de ordem social para implantação na sociedade. 

Principais Conceitos: 
Alienação 
Alienação econômica: desprovimento dos modos de produção e do produto final. 
Alienação política: ideia falsa de representatividade (liberalismo). O Estado não é imparcial representa interesses de uma classe – a burguesia. 
Alienação intelectual: a filosofia, a ciência também representa interesses de classe. Meio de superação da alienação: crítica ao sistema econômico, político e filosófico. => Práxis. 

* Concepção estrutural da sociedade (infra e superestrutura): a infraestrutura ou base econômica (formas de trabalho, recursos naturais e humanos, fontes de energia, relações de trabalho, tecnologia etc.) de uma sociedade determina a sua superestrutura (religião, formas de poder, ideologias, moral, filosofia, arte etc). 

* Capital e trabalho: Para Marx, o trabalho é a atividade fundamental do homem. É por meio do trabalho que o homem constrói a si mesmo e ao mundo ao seu redor. No entanto, ao longo da história (sobretudo no contexto do capitalismo), o trabalho perde a sua dimensão de realização, tornando-se, no âmbito do sistema capitalista, uma mercadoria, que pode ser vendida ou comprada a qualquer momento. Porém, a força de trabalho é uma mercadoria com dupla face: por um lado, é uma mercadoria como outra qualquer, paga pelo salário; por outro lado, é a única mercadoria que produz valor, ou seja, que reproduz o capital. 

* Classes sociais, mais-valia e alienação: Segundo Marx, na sociedade capitalista as relações sociais de produção definem dois grandes grupos dentro da sociedade: 
- De um lado, os capitalistas, que são aquelas pessoas que possuem os meios de produção ou recursos materiais (máquinas, ferramentas, capital, etc.) necessários para produzir as mercadorias, serviços, etc.; 
- Do outro lado, os proletários (ou trabalhadores), aqueles que não possuem nada, a não ser o seu corpo e a sua disposição para trabalhar. Eles vendem a sua força de trabalho (recurso humano) ao capitalista. 

Classes Sociais: As ideias liberais consideravam os homens como iguais, político e juridicamente, entretanto para Marx não existia essa igualdade social e a própria história é vista por ele como a história da luta de classes (da luta entre explorados e exploradores). Capitalismo: O trabalhador operário vende sua força de trabalho à burguesia (Há um antagonismo entre as duas classes). A desigualdade entre as classes sociais é provocada pelas relações de produção (proprietários x não-proprietários) 
Relações entre as classes: 
Relações antagônicas e de oposição – devido aos interesses contraditórios e irreconciliáveis.
Relação de complementaridade interdependência – uma classe não existe sem a outra.

Marx denominou o lucro obtido sobre o trabalho do operário de “mais-valia”. 
O operário é contratado para trabalhar dentro de uma certa carga horária. Porém, bem antes de completar sua carga horária, ele já produziu mais do que o suficiente para pagar seu salário e para cobrir os gastos com os meios de produção utilizados durante o seu trabalho. O tempo restante de sua carga horária não é de fato remunerado; ele trabalha “de graça”, a fim de gerar o lucro do burguês. Marx distinguiu duas formas de mais-valia: a absoluta, que está baseada na extensão da jornada de trabalho do operário (quanto maior for a carga horária maior será a mais-valia) e a relativa, que está baseada na mecanização da fábrica. Tal mecanização permite ao operário produzir muito mais num curto espaço de tempo, o que provoca um maior tempo de trabalho não pago (mais-valia). 

* Forças produtivas, Relações de produção e modo de produção: 
Forças produtivas: ao conjunto dos meios de produção (recursos materiais) mais o trabalho humano, damos o nome de forças produtivas. Estas alteram-se ao longo da História. Até meados do século XVIII, por exemplo, a produção era feita com o uso de instrumentos simples, acionados por força humana, por tração animal e pela energia proveniente da água ou do vento. Com a Revolução Industrial, a partir da segunda metade do século XVIII, foram desenvolvidas máquinas, que utilizavam o vapor como fonte de energia e, mais tarde, a eletricidade e o petróleo. Alteraram-se, portanto, os meios de produção e, consequentemente, as técnicas de trabalho. Houve, assim, uma profunda mudança nas forças produtivas. 

Relações de produção: para produzir os bens de consumo e de serviço de que necessitamos, os homens estabelecem relações uns entre os outros. As relações que se estabelecem entre os homens na produção, na troca e na distribuição dos bens são as relações de produção. As relações de produção mais importantes são aquelas que se estabelecem entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores. Isso porque todo processo produtivo conta sempre com pelo menos dois agentes sociais básicos: trabalhadores e proprietários dos meios de produção. Assim, por exemplo, a produção na sociedade capitalista só existe porque capitalistas e trabalhadores entram em relação. O capitalista paga ao trabalhador um salário fixo para que trabalhe para ele e, no final da produção, fica com o lucro (mais-valia). Esse tipo de relação foi denominada por Marx de relação de produção assalariada. 

Modos de produção: o modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade. Ele é, portanto, a maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção num dado momento histórico. Por exemplo, no modo de produção capitalista, as forças produtivas, representadas sobretudo pelas máquinas do sistema fabril, determinam as relações de produção caracterizadas pelo dono do capital e pelo operário assalariado. 

* Contradição social e luta de classes: Para Marx, as forças produtivas do capitalismo não eram mais um motivo de desenvolvimento social, mas antes criavam um entrave, já que entravam em contradição com as relações de produção. Abre-se, então, uma época de revolução social. As revoluções não acontecem por acaso, são expressão de uma necessidade histórica. Por outro lado, novas relações de produção só se tornam realidade depois que as antigas tenham decaído. Daí, a necessidade das revoluções sociais: transformar radicalmente as antigas relações sociais. O processo histórico é resultado dessas lutas de classes. 

* O Estado: instrumento da classe dominante: Para Marx, o Estado é uma estrutura de poder que concentra, resume e põe em movimento a força política da classe dominante (de um ponto de vista mais geral e abstrato). Em suma, o Estado é um aparelho usado pela classe dominante para controlar a sociedade e manter a coesão social. 

SOCIALISMO: eliminação do individualismo, da competição e da propriedade privada através da luta de classes (burguesia X proletariado). Seria uma etapa para se alcançar o comunismo. 

COMUNISMO: sociedade onde são abolidas as classes sociais e a propriedade privada dos meios de produção. 

CONTRIBUIÇÃO DA TEORIA MARXISTA 
As principais contribuições da teoria marxista para a Sociologia foram abordagem do conflito da dinâmica histórica, da relação entre consciência e realidade e a inserção do homem e sua práxis (seu fazer) no contexto social. O método marxista permite o constante movimento do geral para o particular, das leis macrossociais para suas manifestações históricas, do movimento estrutural da sociedade para a ação humana individual e coletiva. Sua teoria provocou mudanças no pensamento científico e político da época através da crítica à realidade social e à ação política