domingo, 27 de setembro de 2015

SOCIOLOGIA: MIGRAÇÕES (CONCEITOS BÁSICOS)

SOCIOLOGIA: 

3° Ano - Turmas A e B (Ensino Médio)
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MIGRAÇÕES (CONCEITOS BÁSICOS)

As migrações são um fenômeno que existe desde sempre, tanto por parte dos animais que migram à procura do seu alimento e abrigo, como por parte dos humanos que fazem o mesmo processo à espera de encontrar melhores condições de vida, o que nem sempre acontece.

Na sua origem, pode referir-se as migrações, nos tempos pré-históricos, do Homo Erectus, seguidas das do Homo Sapiens, mobilizando-se por todos os continentes.

O homem parece estar constantemente à procura de novos horizontes. No passado, milhões de europeus e asiáticos migraram para todas as partes do mundo, conquistando e povoando continentes como a América, a Oceania e a África.

Sob a forma de conquista e colonização, as migrações humanas, afetaram grandes épocas da história, transformando todo o mundo, por exemplo, a queda do Império Romano no Ocidente, a pré-história e a história da povoação da Austrália e Américas.

Ultimamente, tem-se verificado a migração espontânea de milhões de pessoas de quase todas as partes do mundo em direção à Europa e até mesmo à Ásia, essas migrações acontecem, porque um grande número de indivíduos regressa aos países de origem dos seus antepassados.

Milhares de brasileiros, argentinos, ucranianos, etc, migraram nos últimos anos, devido à crise econômica que os seus países atravessam, sobretudo em direção à Europa e à América do Norte. 

As razões que explicam as migrações são incalculáveis (político–ideológicas, étnico–raciais, profissionais, econômicas, catástrofes naturais etc.), no entanto as razões econômicas predominam. A grande maioria das pessoas migra em busca de melhores condições de vida.

Todo o ato migratório apresenta causas repulsivas, o indivíduo é forçado a migrar, devido a problemas políticos, perseguições, guerras etc., e/ou atrativas, acontece quando as pessoas vivem em países nos quais não há boas condições de vida e de trabalho, são atraídas rumo a países desenvolvidos, como Estados Unidos, países da Europa desenvolvida e Japão.

A integração dos imigrantes nas sociedades de acolhimento é um processo complexo e multifacetado, este processo de interação, ajustamento e adaptação mútua entre imigrantes e a sociedade de acolhimento, pelo qual ao longo do tempo, as comunidades recém-chegadas e a população dos territórios de chegada formam um todo integrado.

Antes da Segunda Guerra Mundial, as principais áreas de repulsão populacional eram a Europa e a Ásia, estas migrações eram causadas por fome, guerras, epidemias, perseguições políticas e religiosas, enquanto as principais áreas de atração eram a América e a Oceania, por sua vez estas migrações eram causadas por colonizações, pelo crescimento econômico, possibilidade de enriquecimento etc.

Entretanto, devido ao acentuado desenvolvimento do Japão e da Europa no período pós – Guerra, essas áreas tornam-se importantes focos de atração populacional, além, é claro, dos EUA, que sempre foram e continuam a ser uma sociedade atrativa.

Além das migrações externas que implicam a movimentação de milhões de pessoas anualmente, existem também as migrações internas, movimentos populacionais de variados tipos, que acontecem no interior dos diferentes países de todo o mundo.

Dentre as diversas migrações internas, existem:

. Êxodo Rural – Deslocamento de pessoas do meio rural (campo) para o meio urbano (cidade). Ocorre principalmente nos países subdesenvolvidos (Haiti, Iêmen, Somália etc.) e sobretudo naqueles que experimentam um processo de industrialização acelerado.

. Transumância – Migração periódica (sazonal) e reversível (ida e volta) determinada pelo clima.

. Migração Interna – Deslocamento feito dentro de um mesmo país. O indivíduo que realiza este movimento é conhecido como migrante.

. Migração Externa – Deslocamento feito entre os países. Ao sair o indivíduo fica conhecido como emigrante, ao entrar ele será conhecido como imigrante.

. Migrações Diversas – Entre zonas rurais, entre áreas urbanas, migrações em direção às áreas de descobertas de minerais, migração de fim de semana entre outras.

Os fluxos populacionais foram incrementados a partir do desenvolvimento do sistema de transportes (Rodoviário, Hidroviário, Ferroviário e Aéreo) e das telecomunicações, que ofereceram maior mobilidade às pessoas em todo o mundo. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), aproximadamente 175 milhões de pessoas vivem fora do país de origem.

A maioria das migrações internacionais ocorrem pela busca de trabalho. As principais correntes migratórias advêm de Latino-Americanos, Africanos e Asiáticos em direção aos EUA, Europa e Japão. Os trabalhadores migrantes enviam dinheiro para a sua terra de origem, algumas estimativas revelam que eles movimentam anualmente cerca de 58 milhões de euros, o Brasil, por exemplo recebe anualmente cerca de 2,8 mil milhões de euros, enviados por brasileiros que vivem no exterior.

Outra situação onde encontramos a migração internacional é quando falamos do fluxo de refugiados, indivíduos que sofrem perseguições de ordem política, religiosa ou étnica. Na década de 1970, havia cerca de 2,5 milhões de refugiados, hoje esse número chega aos 25 milhões, consequentes de acontecimentos geopolíticos como: o fim do socialismo, a diminuição de ajudas financeiras e humanitárias e principalmente pela expansão do fundamentalismo Islâmico.

São considerados migrantes refugiados cerca de 25 milhões de pessoas, que foram obrigadas a deixar os seus lares devido a problemas ambientais, como desflorestação, desertificação, erosão dos solos e desastres químicos e nucleares.

As origens dos refugiados são as mais variadas, mas na generalidade possuem algumas características que se assemelham à origem dos países subdesenvolvidos, nos quais o rendimento per capita médio está abaixo de 500 euros e existe um grande índice de analfabetismo, existem também governos de ditadura que violam os direitos humanos de determinada porção de população, características que vão de encontro a perseguições políticas e torturas, extermínio étnico e discriminações religiosas e culturais.

Por fim, existe um fluxo, neste caso não é negativo, o turístico, neste os indivíduos são motivados pela busca de lazer, cultura e religião, esse processo motiva a comercialização de viagens em grande escala a um custo mais reduzidos (pacotes de viagens), mas este tipo de fluxo não chega à carteira de toda a população, mas sim a uma pequena parcela.

Fonte: http://www.notapositiva.com/



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

SOCIOLOGIA / ATUALIDADES: ENTENDA A CRISE HUMANITÁRIA DE REFUGIADOS NA EUROPA

SOCIOLOGIA

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Entenda a crise humanitária de refugiados na Europa


Milhares de refugiados chegam às fronteiras europeias fugindo de guerras, pobreza e violência, em sua maioria, oriundos de regiões do Oriente Médio e da África

A imagem do menino sírio Aylan Kurdi em uma praia turca, morto afogado em um naufrágio, chocou e sensibilizou o mundo todo para a crise vivida pelos refugiados que buscam abrigo na Europa. O aumento na procura pelo continente por parte de imigrantes e pleiteantes de asilo não é de hoje. O que explica, então, a súbita eclosão do caos humanitário na região?

As respostas revelam a permanência da incapacidade dos governos europeus em lidar com um fato recorrente e previsível do mundo contemporâneo – o trânsito de pessoas fugindo de guerras, pobreza,desastres naturais e da falta de perspectiva de uma vida decente. Elas são refugiadas em um mundo que foi capaz de derrubar as barreiras para o alcance e livre circulação de capitais e de informação, mas que multiplicou o número de muros e cercas divisórias entre fronteiras físicas e regiões de tensão.


O que está acontecendo na Europa?

Nos últimos meses, milhares de refugiados e pleiteantes de asilo chegaram às fronteiras europeias, fugindo de guerras, pobreza e violência, em sua maioria, oriundos de regiões do Oriente Médio e da África. Trata-se de uma tendência que se verificava pelo menos desde o ano passado. Em 2014, o número de pessoas que chegou à Europa em busca de asilo e refúgio aumentou significativamente em relação aos anos anteriores. Mais de 700 mil pessoas pediram asilo na Europa no ano passado, um aumento de 47% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Em 2015, só no primeiro quadrimestre, o número de pedidos já ultrapassava 184 mil, segundo o bureau estatístico da União Europeia, o Eurostat. Além dos pedidos de asilo, este ano, o número de pessoas que chegou ao continente por meios considerados irregulares foi estimado em 340 mil pela agência europeia Frontex, responsável pelo monitoramento de fronteiras dos países do continente. Em julho, esse fluxo atingiu seu pico – mais de 107 mil pessoas chegaram ao continente buscando abrigo.

Em agosto, com o aumento do fluxo, a Alemanha, principal receptora de pedidos de refúgio na região, estimou que deve registrar pelo menos 800 mil pedidos de asilo até o fim de 2015. Caos, falta de acomodações e desespero são agora parte da rotina em locais como a cidade francesa de Calais, na fronteira com o Reino Unido; em Lampedusa, na Itália; nas ilhas gregas de Kos e Lesbos e, mais recentemente, em Budapeste, na Hungria; onde imigrantes acampam nas proximidades da principal estação de trem da cidade, a espera do embarque rumo ao norte, em direção à Alemanha, aos países nórdicos e ao Reino Unido.


Quem são esses refugiados?

Dentre os principais grupos de refugiados que chegam atualmente à Europa estão sírios, afegãos, iraquianos, paquistaneses, eritreus,somalianos e nigerianos. Fugindo de guerras, violência, pobreza e falta de perspectivas, não hesitam em optar por rotas de alto risco, a pé ou pelo Mediterrâneo, na expectativa de uma vida melhor, na Europa.


O que causou a crise atual?

As autoridades europeias têm sido acusadas de protelarem a implementação de soluções eficazes, que passariam por uma aceleração do processo de concessão de asilos. Dentre as estratégias adotadas desde o ano passado, destacou-se a tentativa de impedir a chegada dos refugiados ao território europeu. Optou-se, por exemplo, por intensificar o combate às gangues de coiotes, que transportavam os refugiados por terra ou por mar. O governo italiano também reduziu suas operações de resgate no Mediterrâneo, uma vez que a lei marítima internacional obriga qualquer navio a prestar socorro a uma embarcação que pede socorro – caso dos precários botes e barcos lotados de refugiados que tentam chegar do norte da África e da Turquia. O resultado foi um aumento no número de fatalidades: segundo estimativas da Organização Internacional para Migração (IOM, em sua sigla em inglês), foram 2.081 mortos no Mediterrâneo em 2014 e, até agora, o número de vítimas da travessia entre Europa e África já ultrapassa 2.700 em 2015.

Além disso, países da fronteira do continente, como Itália e Grécia, têm arcado com a maior parte do ônus da crise humanitária, normalmente, sem condições operacionais para fazê-lo. Só na última semana de agosto, 23 mil refugiados aportaram no litoral grego, segundo a Frontex.

Em um último desdobramento, o fluxo repentino de imigrantes que chegam via países do leste europeu foi o elemento final para a eclosão da crise humanitária vista hoje. “Os Estados europeus estavam muito focados em um único ponto nos últimos meses – o Mediterrâneo – e perderam de vista novos desenvolvimentos e novas rotas que se abriram no leste. Foram pegos de surpresa pelo fluxo repentino de pessoas pela região ocidental dos Bálcãs, em Estados que têm sistemas de asilo fracos e não têm a capacidade necessária de lidar com números grandes de migrantes e refugiados. A abordagem pautada por acontecimentos levou a um jogo de culpa entre os Estados membros, sem unidade”, diz Martijn Pluim, diretor do Centro Internacional para o Desenvolvimento de Política Migratória (ICMPD, em sua sigla em inglês), baseado em Viena. 

A falha em agilizar o processo e oferecer segurança no trânsito de refugiados virou terreno fértil para os coiotes e traficantes de pessoas. Além dos mortos no Mediterrâneo, a recente descoberta na Áustria de um caminhão com 71 pessoas mortas, vítimas abandonadas por seus transportadores, somou-se como mais um trágico exemplo da falência da política de repressão aos fluxos migratórios. “Gangues de contrabandistas são um sintoma, um resultado das fronteiras fechadas. É por isso que ter uma abordagem de aplicação da lei, de arrocho nas fronteiras e combate ao crime organizado não será suficiente para solucionar o problema e salvar vidas”, afirma Pluim. “Refugiados fugindo da guerra não vão parar de vir porque há um controle maior nas fronteiras. A União Europeia deve aumentar os caminhos legais para refugiados na Europa, garantindo a eles passagem segura”, diz o especialista.


Por que a crise humanitária atingiu a proporção atual?

O maior obstáculo para uma solução ágil ao caos humanitário na Europa é a falta de unidade entre os países do continente na resposta tanto ao trânsito de refugiados quanto aos pleitos de asilo. De acordo com determinação da União Europeia, o pedido de asilo deve ser realizado no país em que o imigrante chega. No entanto, ao avaliar as diferenças entre o tratamento dado aos pleiteantes e à agilidade do processo em locais como Alemanha e países nórdicos, refugiados têm optado por arriscar a travessia do continente em rotas pelo leste europeu, na esperança de chegar a locais nos quais serão mais bem recebidos e terão mais chance em conseguir asilo. A situação levou a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, a anunciar na semana passada, junto à França, que exigirá de países integrantes da União Europeia o estabelecimento de cotas para receber refugiados.

“Com algumas notáveis exceções, há no momento uma falta de liderança e vontade política para lidar com os desafios da migração que a Europa é capaz de lidar”, diz Ryan Schroeder, da Organização Internacional para Migração (IOM). “Por muito tempo, migração tem sido uma questão pela qual políticos podem perder ou ganhar eleições. Políticos na Europa tem infelizmente culpado imigrantes por problemas estruturais e geopolíticos que não são sua culpa. Eles estão ganhando votos nas cotas de imigrantes e estão piorando o clima contra migração no continente”, afirma.

Na Hungria, por exemplo, desde esta sexta-feira (4), refugiados e pleiteantes de asilo se encontram sob o risco de prisão – um pacote de leis aprovado pelo parlamento húngaro prevê uma pena de até três anos para quem cruze a fronteira do país de maneira ilegal. O primeiro-ministro do país, Viktor Órban, de extrema direita, argumenta que precisa “proteger o cristianismo europeu”.


O que a Europa deve fazer?

Entidades defensoras de direitos humanos e centros de pesquisa sobre migração reiteraram: a crise não se refere à capacidade da Europa em receber essas pessoas – a crise é política. “Trata-se de um desafio político que requer liderança política como resposta – e não uma questão de capacidade de absorver os imigrantes recentes”, escreveu em artigo Kenneth Roth, diretor executivo da Human Rights Watch (HRW). Roth aponta que os mais de 300 mil recém-chegados ao continente representam em torno de 0,06% da população da União Europeia – refutando a tese de que a Europa se encontra ameaçada por uma “invasão”.

Além disso, de acordo com relatório de 2014 do Acnur, os países que mais abrigam refugiados no mundo ainda são Paquistão, Líbano, Irã, Turquia e Jordânia – nações com condições econômicas e de desenvolvimento evidentemente inferiores a dos países europeus. Em termos per capita, Líbano e Jordânia são os líderes no quesito abrigo a refugiados. “A Europa está enfrentando a hora da verdade. Este é o momento de reafirmar os valores em cima dos quais ela se ergueu”, afirmou nesta semana o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, Antonio Guterres.

Fonte: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/09/seis-perguntas-para-entender-crise-humanitaria-de-refugiados-na-europa.html