A exata origem do Carnaval é desconhecida. E
existem dúvidas sobre a data de sua chegada ao Brasil.
Alguns estudiosos afirmam que a comemoração do carnaval tem suas raízes em alguma festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada em honra do ressurgimento da primavera. De fato, em certos rituais agrários da Antigüidade, 10 mil anos a.C., homens e mulheres pintavam seus rostos e corpos, deixando-se enlevar pela dança, pela festa e pela embriaguez.
Outros autores acreditam que o carnaval tenha se iniciado nas alegres festas do Egito.
Em Roma, realizavam-se danças em
homenagem a Deus Pã (as chamadas Lupercais) e a Baco (ou Dionísio para os
gregos). Rituais Dionisíacos ou Bacanais.
Com o advento do Cristianismo, a Igreja Católica começou a combater essas manifestações pagãs, sacralizando algumas, como o Natal e o Dia de Todos os Santos. Entre todas, o Carnaval foi uma das poucas a manter suas origens profanas, mas se restringiu aos dias que antecedem o início da Quaresma e ganhou colorido local. Na França medieval, era celebrado com grandes bebedeiras coletivas. Na Gália, tantos foram os excessos que Roma o proibiu por muito tempo. O papa Paulo II, no século XV, foi um dos mais tolerantes, permitindo que se realizassem comemorações na Via Ápia, rua próxima ao seu palácio. Já no carnaval romano, viam-se corridas de cavalo, desfiles de carros alegóricos, brigas de confetes, corridas de corcundas, lançamentos de ovos e outros divertimentos.
Entretanto, se o Catolicismo não adotou o carnaval, suportou-o com certa tolerância, já que a fixação do período momesco gira em torno de datas predeterminadas pela própria igreja. Tudo indica que foi nesse período que se deu a anexação ao calendário religioso, pois o carnaval antecede a Quaresma. É uma festa de características pagãs que termina em penitência, na dor de quarta-feira de Cinzas.
O baile de máscaras, introduzido pelo papa Paulo II, adquiriu força nos séculos XV e XVI, por influência da Commedia dell'Arte. Eram sucesso na Corte de Carlos VI. Ironicamente, esse rei foi assassinado numa dessas festas fantasiado de urso. As máscaras também eram confeccionadas para as festas religiosas como a Epifania (Dia de Reis). Em Veneza e Florença, no século XVIII, as damas elegantes da nobreza utilizavam-na como instrumento de sedução.
Na França, o carnaval resistiu até mesmo à Revolução Francesa e voltou a renascer com vigor na época do Romantismo, entre 1830 e 1850.
Manifestação artística onde prevalecia a ordem e a elegância, com seus bailes e desfiles alegóricos, o carnaval europeu iria desaparecer aos poucos na Europa, em fins do século XIX e começo do século XX.
Há que se registrar, entretanto, que as tradições momescas ainda mantêm-se vivas em algumas cidades europeias, como Nice, Veneza e Munique.
Em outros países da Europa, as comemorações eram animadas por canções que ironizavam os governantes locais. Em cidades italianas como Nápoles, as pessoas acompanhavam grandes cortejos dançando e bebendo. Em Portugal – de onde veio para o Brasil – o Carnaval era sinônimo de Entrudo.
A origem do termo
Assim como a origem do carnaval, as raízes do
termo também têm se constituído em objeto de discussão. Para uns, o vocábulo
advém da expressão latina "carrum novalis" (carro naval),
uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com o qual os romanos
inauguravam suas comemorações. Apesar de ser foneticamente aceitável, a expressão
é refutada por diversos pesquisadores, sob a alegação de que esta não possui
fundamento histórico.
Para outros, a palavra seria derivada da expressão do latim "carnem levare", modificada depois para "carne, vale !" (adeus, carne!), palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma. Provavelmente vem também daí a denominação "Dias Gordos", onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período vindouro (Dias Magros da Quaresma).
O Carnaval no Brasil
Ao contrário do que se imagina, a origem do
carnaval brasileiro é totalmente européia. A comemoração carnavalesca data do
início da colonização, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas
italianas. Somente muitos anos mais tarde, no início do século XX, foram
acrescentados os elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para
o seu desenvolvimento e originalidade.
Foi, portanto, graças a Portugal que o entrudo desembarcou na cidade do Rio
de Janeiro, em 1641. O termo, derivado do latim "introitus" significava
"entrada", "começo", nome com o qual a Igreja denominava o
começo das solenidades da Quaresma. No entanto, as festividades do
entrudo já existiam bem antes do Cristianismo, eram comemoradas na mesma época
do ano e serviam para celebrar o início da primavera.
Com o advento da Era Cristã e a supremacia
da Igreja Católica, passou a fazer parte do calendário religioso, indo do Sábado Gordo à
Quarta-feira de Cinzas.
Tanto em Portugal, como no Brasil, o Carnaval não se assemelhava de forma alguma aos festejos da Itália Renascentista; era uma brincadeira de rua muitas vezes violenta, onde se cometia todo tipo de abusos e atrocidades. Era comum os escravos molharem-se uns aos outros, usando ovos, farinha de trigo, polvilho, cal, goma , laranja podre, restos de comida, enquanto as famílias brancas divertiam-se em suas casas derramando baldes de água suja em passantes desavisados, "num clima de quebra consentida de extrema rigidez da família patriarcal".
Foi esse Carnaval mais ou menos selvagem que desembarcou no Brasil com as primeiras caravelas portuguesas e os primeiros foliões.
Com o passar do tempo e devido a insistentes protestos, o entrudo "civilizou-se", adquiriu maior graça e leveza, substituindo as substâncias nitidamente grosseiras por outras menos comprometedoras, como os limões de cheiro (pequenas esferas de cera cheias de água perfumada) ou como os frascos de borracha ou bisnagas cheias de vinho, vinagre ou groselha. Estas últimas foram as precursoras dos lança-perfumes introduzidos em 1885.
No tocante à música, tudo ainda era muito precário; o entrudo não possuía um ritmo ou melodia que o simbolizasse. Apenas a partir da primeira metade do século XIX, com a chegada dos bailes de máscaras nos moldes europeus, foi que se pôde notar um desenvolvimento musical mais sofisticado.
CONCEITOS
SOCIOLÓGICOS:
CULTURA: É tudo aquilo que
resulta da criação humana. São ideias, artefatos, costumes, leis, crenças
morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social. Só o ser humano
possui cultura.
-
Seja a sociedade simples ou complexa, todas possuem sua forma de expressar,
pensar, agir e sentir, portanto, todas têm sua própria cultura, o seu modo de
vida.
- Não
existe cultura superior ou inferior, melhor ou pior, mas sim culturas
diferentes.
- As
funções da cultura são: satisfazer as necessidades humanas; limitar
normativamente essas necessidades; implica em alguma forma de violação da
condição natural do homem. Por exemplo: paletó e gravata são incompatíveis com
clima quente; privar-se de boa alimentação em prol da ostentação de um símbolo
de prestígio, como um automóvel; pressão social para que tanto homens quanto
mulheres atinjam o ideal de beleza física.
- O
que é belo numa sociedade poderá ser feio em outro contexto cultural.
Cultura Popular: A cultura popular
aparece associada ao povo, às classes excluídas socialmente, às classes
dominadas. A cultura popular não está ligada ao conhecimento científico, pelo
contrário, ela diz a respeito ao conhecimento vulgar ou espontâneo, ao senso
comum.
A cultura popular é conservadora e inovadora
ao mesmo tempo no sentido em que é ligada à tradição, mas incorpora novos
elementos culturais. Muitas vezes a incorporação de elementos modernos pela
cultura popular (como materiais como plástico por exemplo) a transformação de
algumas festas tradicionais em espetáculos para turistas (como o carnaval) ou a
comercialização de produtos da arte popular são, na verdade, modos de preservar
a cultura popular a qualquer custo e de seus produtores terem um alcance maior
do que o pequeno grupo de que fazem parte.
Exemplos de manifestações da cultura popular: carnaval, danças e
festas folclóricas, literatura de cordel, provérbios, samba, frevo, capoeira,
artesanato, cantigas de roda, contos e fábulas , lendas urbanas, superstições,
etc.
Cultura material: Consiste em todo tipo de utensílios, ferramentas,
instrumentos, máquinas, hábitos alimentares, tipos de habitação, etc. A cultura
material pode influir no estilo de vida de um grupo. Por exemplo: no interior
do Nordeste a farinha de mandioca é alimento básico; as rede são usadas por
grande parte das pessoas para dormir; as casas pobres são construídas com barro
e folhas de palmeira. Forma-se, assim, um modo ou estilo de vida fundamentado
na cultura material da região.
Cultura imaterial: abrange todos os aspectos não-materiais da
sociedade, tais como: normas sociais, religião, costumes, ideologia, ciências,
artes, folclore, etc. Por exemplo, a maioria da população segue a religião
católica, não há pena de morte na legislação do Brasil e, embora proibido por
lei, o preconceito racial é bastante difundido no país.
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